Por Beni Falcone
Seis foram os dias da primeira edição do TriboQ Pride Festival, em 2022. Seis são as cores da bandeira do arco-íris, símbolo de luta, resistência e amor. Também repletos de tudo isso, foram os momentos criados nesse universo de acolhimento e pertencimento que conseguimos construir.
Sendo assim, quero pautar meu olhar sobre essa experiência, usando a bandeira criada por Gilbert Baker nos anos 70 para tentar dar conta de algo que as palavras dificilmente conseguiriam explicar.
Com o vermelho, que simboliza a vida, vi a Praça Mauá, a Zona Portuária revitalizada, pulsando vitalidade através dos sorrisos e dos encontros, deixando definitivamente para trás a lembrança do que aquele espaço já foi um dia: cinza e cheio sombra.
Pelo laranja, que celebra a cura, foi no festival que conseguimos nos abraçar novamente, sair das telas e voltar para os encontros presenciais. Vacinados, curados e protegidos. A cura e a vontade de curar presentes em forma de ações de saúde, vacinação contra Covid e gripe, testagem e prevenção contra o HIV/Aids. Curar requer senso de comunidade - esse foi um show à parte.
O brilho do amarelo é o Rio de Janeiro em destaque, como deve ser. A Cidade Maravilhosa que é feita de contraste e diversidade, sendo vitrine para o mundo ao receber o maior festival do orgulho LGBTQIA+ de sua história. Brilho puro!
A natureza, verde, inevitavelmente nos remete às belezas naturais incontestáveis e arrebatadoras que nos presentearam com o cenário perfeito do TriboQ Pride Festival. Mas foi a natureza do carioca, da sua maneira de receber e festejar nas ruas, em praça pública, que deu uma cara especial a tudo que vivemos.
O azul banhou de serenidade e harmonia esse projeto que trabalhou muito na construção de uma rede colaborativa entre poder público, movimentos sociais organizados e iniciativa privada para que juntos pudéssemos oferecer um evento lindo e seguro para a nossa comunidade. Nesse mesmo sentido, andamos de mãos dadas com a comunidade local, com ações e iniciativas de pessoas que fazem a diferença na Pequena África para que trouxéssemos todo mundo para a brincadeira. E foi lindo!
Por último, o roxo que exala o espírito de orgulho de tudo que nos trouxe até aqui. Orgulho da nossa capacidade de transformar nossas dores individuais e coletivas em motivação para construir um mundo melhor para todes.
Nem que seja só por seis dias.
Nem que seja só um festival.
Primeiro a gente planta a semente.
